Resumo para ANAC, Bloco 4, Meteorologia parte II

Bem-vindo a parte II do nosso resumo de Meteorologia para ANAC, vamos continuar explorando os principais conceitos que você precisa saber sobre a meteorologia. Como sabemos, a meteorologia é uma das áreas mais importantes para a segurança de voos, e é essencial que os profissionais da aviação possuam um bom conhecimento sobre o assunto. Portanto, este resumo irá ajudá-lo a compreender melhor os principais tópicos abordados no Bloco 4, Meteorologia parte II da ANAC, permitindo que você esteja melhor preparado para as próximas etapas de sua formação ou para sua carreira na aviação. Vamos começar!?

Nuvens

Nuvem é o conjunto visível de partículas minúsculas de água suspensa na atmosfera. A quantidade de vapor d'água presente na atmosfera é denominada de umidade do ar.

Processos de Formação de Nuvens

Sua formação ocorre em ar saturado; quantidade de núcleos de condensação (gotículas, gases); temperatura baixa.

Convecção: Nuvens Convectivas são aquelas que possuem aspecto cumuliforme.

Orográfico: Nuvens que se formam em regiões montanhosas.

Advecção: É quando o fluxo de ar quente e úmido fica sobre uma superfície fria, formando nuvens advectivas de aspecto estratiforme.

Dinâmico: Forma-se devido ao deslocamento de massas de ar (frentes).

Classificação das Nuvens

Quanto ao ASPECTO físico:

Cumuliforme: Indica instabilidade atmosférica (desenvolvimento vertical).

Estratiforme: Indica estabilidade atmosférica (desenvolvimento horizontal).

Quanto à ALTURA de sua base:

Baixas: Até 2km acima da superfície. Todas podem produzir precipitações e são de

estrutura líquida.

Médias: De 2 a 4km (nos polos), de 2 a 7km (nas regiões temperadas) e, de 2 a 8km (nas regiões tropicais e equatoriais). São de estrutura mista (água e cristais de gelo).

Altas: Todas que se encontram acima das médias. São sempre de estrutura sólida (cristais de gelo) e não produzem precipitações.

Tipos de nuvens

Cirrus (Ci): É a mais alta de todas, é quando o vapor de água sobee bem alto e acaba se solidificando. Sua presença nos céus indica possíveis frentes frias, fazendo com que ocorra mudanças nas condições do tempo. São bastante brancas e com aspecto de filamentos, como fios de cabelo.

Cirrocumulus (Cc): Indica a presença de turbulência em níveis elevados, presença forte de convecção e grau de instabilidade. Sua aparência se assemelha a pequenos elementos de aspecto rugoso.

Cirrostratus (Cs): É como um véu uniforme e transparente que cobre total ou parcialmente o céu, produzindo o fenômeno do Halo e Fogo de Santelmo.

Alto Cumulus (Ac): Forma um aspecto como ovelhinhas no céu. Indica turbulência em níveis médios e não produz precipitação capaz de atingir a superfície.

Altostratus (As): Véu espesso e uniforme que encobre total ou parcialmente o céu. Pode produzir chuva leve, contínua, e até neve. Podendo também formar gelo do tipo escarcha na fuselagem da aeronave, caso sobrevoe em seu interior.

Nimbustratus (Ns): Nuvem escura de aspecto ameaçador, aquele típico dia que pensamos que o mundo vai acabar. Não é turbulenta em seu interior, mas pode produzir chuva moderada à forte e contínua. Também está sujeita a formação de gelo escarcha sobre a aeronave.

Stratus (St): Possui cor cinza, aquele típico dia que pensamos que é perfeito para dormir o dia todo, possuindo ar estável. Quando esta nuvem está rente à superfície, conhecemos como nevoeiro. Pode produzir garoa, neve e até prisma de gelo.

Stratocumulus (Sc): Possui a estabilidade e instabilidade ao mesmo tempo. Sendo apenas turbulenta em seu interior. Pode produzir chuva fraca e neve.

Cumulus (Cu): Aquela típica nuvem perfeita que vemos em desenhos infantis. Não produz nenhum tipo de precipitação, marcada por ser de bom tempo. Sua estrutura é líquida e é de pequeno desenvolvimento vertical, não sendo perigosa a aviação pela fácil possibilidade de a aeronave desviar.

Cumulonimbus (Cb): Com desenvolvimento grande, rápido e violento, grande extensão vertical formando um aspecto semelhante a uma bigorna. É a nuvem da trovoada, por isso é a mais perigosa. Quando aparece esse tipo de nuvem pode-se esperar que ocorra um fenômeno denominado de WIND SHEAR, que é extremamente prejudicial às aeronaves. Pode também gerar grandes tempestades, turbulências severas, e até queda de granizo.

Dicas: Os tipos de nuvem podem ser identificados a partir de suas características. As nuvens altas (Cirrus, Cirrocumulus, Cirrostratus) são sempre sólidas, pois pela sua altura, a temperatura é menor, solidificando as partículas de água.

As nuvens médias (Altostratus, Alto Cumulus, Nimbustratus), por estarem no meio termo, são mistas (sólidas e líquidas).

As nuvens baixas (Stratus, Stratocumulus) são líquidas.

As nuvens Cumulus, Cumulonimbus não possuem classificação exata por sua altura pois possuem um crescimento acentuado podendo atingir diversas alturas.

Dica quanto a classificação por sua altura: Nuvens altas começam com C de cabeça, por esta parte do corpo humano estar no topo; nuvens médias iniciam, em sua maioria, com a letra A de abdômen, parte do corpo humano localizado no meio; e as baixas iniciam com a letra S de sapato.

Nuvens que possuem em seu nome strat são de desenvolvimento horizontal, já as nuvens que possuem em seu nome cumul são de desenvolvimento vertical podendo ser caracterizadas por suas correntes convectivas e turbulência.

Nuvens altas, por estarem muito altas, e serem sólidas, não provocam precipitação.

Nevoeiros

Fenômeno resultante da condensação ou sublimação do vapor de água, próximo ao solo. As condições para sua formação são temperatura baixa (temperatura do ponto de orvalho); umidade relativa do ar elevada (97% a 100%); partículas sólidas em suspensão; vento fraco (menor que 10kt); céu claro. Sua principal característica é redução da visibilidade horizontal a menos de 1.000m.

Turbulência

Causada pelo movimento vertical do ar, é a agitação irregular do ar sobre a aeronave.

Tipos de Turbulência

Turbulência Convectiva ou Térmica: Ocorre devido a variação de temperatura, causando o processo de convecção, associada às nuvens cumuliformes (frutos de instabilidade).

Turbulência Mecânica ou de Solo: É a provocada pelo atrito do ar com um obstáculo natural (como árvores) ou artificial (como edifícios). Este fenômeno pode provocar desvios no fluxo horizontal do ar gerando a turbulência.

Turbulência Dinâmica: Formada pelo atrito entre ventos sobrepostos que fluem com direções e velocidades diferentes. Existem três tipos de turbulência dinâmica, são elas:

  1. Turbulência de céu claro: como o nome já diz, ocorre com a ausência de nuvens, entre 20.000 e 40.000 ft. Sua principal característica é de gerar vibrações rápidas e seguidas, desenvolvidas pelos fortes ventos. É mais comum e intensa no inverno.
  2. Turbulência de cortante de vento (Wind shear): ocorre devido à variação na velocidade e ou da direção do vento de superfície a uma baixa altura, provocando um efeito de “tesoura” na aeronave. É muito perigosa durante o pouso e na decolagem.
  3. Esteira de turbulência: aeronave quando passa deixa moinhos de ventos para tras que chamamos de vórtice, ar em movimento espiralado. Este fenômeno se propaga com perigo para as aeronaves de pequeno porte.

Intensidade da Turbulência

A intensidade da turbulência é definida pelo grau de influência que ela exerce sobre a aeronave, o quanto ela sai de seu eixo.

Trovoadas

A trovoada é uma macro tempestade manifestada por uma sequência de trovões que, na maioria das vezes, é acompanhada por precipitações intensas de chuva ou granizo e por ventos fortes. É originária da nuvem Cumulonimbus (Cb).

Estágios de Formação das Trovoadas

Estágio de cumulus- Caracteriza-se por um único fluxo de corrente ascendente, fazendo com que o ar quente se eleve.

Estágio de maturidade- Neste estágio ocorre um equilíbrio entre as correntes ascendentes e descendentes, sendo a fase mais perigosa a aviação. Ocorre a chegada repentina da precipitação. O excesso de energia não utilizado para o crescimento vertical começa a se manifestar sobre a forma de relâmpago.

Estágio de dissipação: Tem início quando as correntes descendentes se acentuam.

Formação de gelo em aeronaves

As duas condições básicas para a formação de gelo em aeronaves são: Presença de gotículas d’água; Superfície externa da aeronave com temperatura igual ou menor que 0ºC.

Tipos de Gelo:

Gelo opaco, amorfo, escarcha ou granular: Forma uma camada de gelo de pouca aderência e de forma irregular. Formada por nuvens estratiformes (OºC a -10ºC) e nuvens cumuliformes (-10ºC a -20ºC). Ocorre quando pequenas gotículas de água se chocam com o bordo de ataque da aeronave e congelam quase que instantaneamente. Por possuir pouco peso e de fácil remoção, não causam grandes problemas, apenas altera o perfil do bordo de ataque das asas, diminuindo um pouco a sustentação.

Gelo claro, cristal, liso ou transparente: Congelamento lento de grandes gotas de água, que aderem fortemente na aeronave, aumentando seu peso e alterando o perfil aerodinâmico da aeronave, sendo o mais periogo para a aviação. Típico de ar instável e de temperaturas baixas (0° a -10°C).

Geada: Sua formação ocorre quando a aeronave, após passar bastante tempo em área muito fria, em grandes altitudes, cruza regiões com alto teor de umidade, ocorrendo sublimação do vapor, e causando dificuldade na visibilidade, contudo não altera o perfil da aeronave.

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